terça-feira, 17 de março de 2009
MORRE AOS 71 ANOS DEPUTADO CLODOVIL HERNANDEZ
O deputado Clodovil Hernandes teve uma parada cardíaca e morreu às 18h50 desta terça-feira, 17, quando ia ser encaminhado ao Centro Cirúrgico do Hospital Santa Helena para o procedimento de doação de órgãos. A morte cerebral de Clodovil, de 71 anos, foi decretada na tarde desta terça e estava sendo mantido vivo por equipamentos. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, o Dr. Lúcio Lucas, da Central de Doações de Órgãos do Distrito Federal, afirmou que a parada cardíaca impede que os órgãos do deputado sejam doados. Agora, o médico avalia se há condições de fazer a doação das córneas do deputado. Clodovil sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) na última segunda e foi internado em estado gravíssimo na UTI do Hospital Santa Lúcia. Ele estava em coma desde então e os sinais vitais estavam sendo mantidos às custas de medicamentos e equipamentos. O corpo do parlamentar será velado na Assembleia Legislativa de São Paulo na manhã desta quarta-feira e será enterrado no Cemitério do Morumbi no final da tarde, segundo informações da Globonews. Clodovil levou um tombo no apartamento onde mora, na Asa Norte, e foi encontrado desacordado por volta das 7 horas da última segunda por um assessor parlamentar. Ele teve uma hemorragia no lado esquerdo do cérebro e, segundo os médicos, não havia possibilidade de cirurgia. Clodovil chegou ao hospital com nível 5 de coma, sendo que o nível mais grave é o 3 e o menos grave é 15. Sedado e com pressão alta, ele foi submetido a uma drenagem para frear a hemorragia. No meio da tarde, teve uma parada cardíaca de cinco minutos e foi reanimado pela equipe médica, mas o estado agravou-se mais ainda. Segundo Susana Collares, assessora do parlamentar, Clodovil enfrentou uma semana de "fortes emoções e muito estresse", com o julgamento, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de processo no qual era acusado de infidelidade partidária. Clodovil deixou o PTC e ingressou no PR. Ele foi absolvido da acusação e teve o mandato mantido pelo TSE. O deputado argumentou que foi perseguido por sua antiga legenda, que acusou de ter "conduta antiética". Quem assume seu lugar na Câmara é Jairo Paes Lira, do PTC de São Paulo. Em junho de 2007, o deputado teve um AVC leve e foi internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Ainda em 2007, o deputado foi internado com problemas no coração e suspeita de dengue, não confirmada. Estilista que ganhou fama ao se tornar apresentador de TV, Clodovil provocou polêmica na Câmara desde os primeiros dias de mandato. Fez uma decoração sofisticada no gabinete e comprou briga com deputadas feministas. O caso recente mais rumoroso aconteceu com a petista Cida Diogo (RJ), a quem Clodovil chamou de "feia", acrescentando que não serviria nem para "ser prostituta". A desavença com Cida começou quando a deputada protestou contra afirmação de Clodovil de que as mulheres tinham ficado muito "ordinárias", trabalhavam deitadas e descansavam em pé. Na ocasião, em maio de 2007, Clodovil disse que poderia ter um AVC a qualquer momento, pois estava sob muita tensão. Entre os projetos apresentados pelo deputado estão o que torna obrigatório o exame de próstata nos trabalhadores de mais de 40 anos e o que regulamenta o contrato civil entre homossexuais, além da emenda constitucional que reduz o número de deputados de 513 para 250, desde que a mudança seja aprovada em plebiscito. Em sua biografia no portal da Câmara, Clodovil apresenta-se como "estilista, ator e cantor". Quem foi Clodovil Um dos mais famosos estilistas e apresentadores do Brasil, Clodovil Hernandes foi o terceiro deputado federal mais votado do País nas eleições de 2006, com 493.951 votos. Morto hoje, aos 71 anos, Clodovil concluiu uma biografia que teve na polêmica uma das principais marcas registradas. Filho de pais adotivos, Clodovil nasceu em 1937, na cidade de Elisário, interior de São Paulo. Aos 20 anos, se mudou para a capital paulista e logo se firmou como costureiro das celebridades, entre elas Elis Regina, Cacilda Becker e as famílias Diniz e Matarazzo. Na década de 1990, passou a se dedicar somente à televisão, comandando programas como o "TV Mulher", na Rede Globo, junto com Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo e ex-ministra do Turismo. Clodovil passou também pelas redes Manchete, Gazeta e RedeTV. Alvo de diversas acusações de racismo, o deputado e apresentador chegou a dizer em uma entrevista, em 2005, que perdera a conta de quantos processo respondia. Em 2004, em um de seus programas, Clodovil chamou a então vereadora de São Paulo Claudete Alves (PT-SP) de "macaca de tailleur metida a besta". No ano seguinte, disse à deputada Cida Diogo (PT-RJ) que atualmente "as mulheres trabalham deitadas e descansam em pé". Ele chamou também a deputada de "mulher feia"
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