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domingo, 22 de março de 2009

ACIMA DE TUDO A SOLIDARIEDADE.....


Os municípios de Acopiara, Quixadá e Ipu tem populações na casa dos milhares de habitantes, mas as associações de filhos e amigos dessas cidades só reúnem centenas de colaboradores. A minoria que se engaja nessas atividades reforça o fenômeno da “solidariedade horizontal”, segundo o sociólogo e professor da Universidade de Fortaleza (Unifor), Daniel Pinheiro. O estudioso planeja pesquisa para relacionar solidariedade horizontal, crenças e práticas religiosas, negócios, e estratégias de gestão de empresa, dando especial atenção ao fenômeno das associações de filhos e amigos.Conforme analisa Pinheiro, “Fortaleza é uma cidade de migrantes vindos de todo o Sertão”. Esse crescimento da cidade paralelo ao fluxo migratório pode ser comprovado, por exemplo, na análise do crescimento populacional. Em 1900, Fortaleza tinha 48.369 habitantes. Em 1950, já eram 270.169 moradores. Em meados de 1970, “todo fortalezense era filho de um sertanejo”, generaliza o professor.A pobreza é um dos motivos, segundo o sociólogo, para a baixa participação nessas associações. “Há menos de 50 mil pessoas no Ceará cujos rendimentos pessoais são iguais ou maiores do que R$ 9,3 mil. Então, como esperar que esses migrantes tenham uma rede de solidariedade semelhante àquelas que mantiveram, por anos, os judeus pobres do mundo?”, questiona. A baixa adesão de empresários conterrâneos é explicada, entre outros fatores, pela falta de “conhecimentos sistemáticos de negócio”, que dificulta o despertar para a importância de patrocinar atividades ligadas ao próprio município.“As lembranças do nosso migrante não criam essas redes de solidariedade horizontal. Acho, portanto, que se consegue muito nessas associações”, analisa. Pinheiro indaga, porém, se as entidades não podem conseguir mais adimplência a partir de novas estratégias, como descontar a contribuição em conta corrente ou no cartão de crédito. Para o professor, não falta compromisso ao brasileiro com as causas sociais, mas sim tradição. Essa tradição, muitas vezes, só se revela na religiosidade e no compromisso com as igrejas.

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