No início da semana o
ex-presidente Lula “acertou” o apoio de Paulo Maluf ao seu pupilo e candidato a
prefeito de São Paulo Fernando Hadad. Eles posaram de mãos dadas para fotos na
casa de Maluf.
É um momento antológico da
política brasileira: Luis Inácio Lula da Silva e Paulo Maluf, antagonistas
históricos, e dos mais renhidos, de mãos dadas para dar à luz o "novo
homem".
Com o artigo intitulado “O
Crime Compensa?”, a jornalista Eliane Cantanhêde abordou o “acordo” dos
políticos paulista no jornal Folha de São Paulo.
Vamos ler o artigo e
depois comentar esse fato “histórico” e cheio de aspas, e responder: o que os
nossos leitores acharam desse “acordo político”. Confira:
Há
uma enorme perplexidade, sobretudo em Brasília, diante dos sucessivos erros de
Lula depois de sair da Presidência e assistir, da planície, ao sucesso de Dilma
no Planalto e nas pesquisas.
A
aliança de Lula com Paulo Maluf, porém, tem uma lógica eleitoral (certa ou
errada) e combina perfeitamente com todos os movimentos de Lula durante seus
oito anos na Presidência, resumidos numa frase: vale tudo pelo poder.
Ao
juntar-se a Maluf e anunciar a aliança no “bunker” malufista, diante de uma
multidão de fotógrafos, Lula sobrepôs o que considera ganhos eleitorais
(quantitativos) a inevitáveis perdas políticas (qualitativas).
Explico:
ele vendeu o PT a Maluf por um minuto e meio e pelo ainda forte capital de votos
de Maluf em setores conservadores e na periferia da capital paulista. E deu de
ombros para a evidente reação de petistas, tucanos ou marcianos.
Fazendo
o cálculo, Lula concluiu que valia a pena prestar-se ao que Luiza Erundina
chamou ontem de “higienização” de Maluf. A imagem do PT? Já não anda lá essas
coisas mesmo desde o mensalão…
Pragmatismo
em puríssimo estado, tão ao gosto de quem se atirou com tanto prazer nos braços
de Collor, de Sarney, de tantos outros inimigos históricos do PT. E, quando se
fala de Maluf, a questão não é ideológica, programática, política. A questão é
visceralmente ética.
Registre-se,
de quebra, o protagonismo de Lula e a inexpressividade do próprio candidato
Fernando Haddad. Em todos os episódios, com Marta, Kassab, Maluf, Erundina, ele
parece um mero figurante, de cabelo novo, roupa nova, sor riso novo e
completamente dispensável -seria deselegante falar em marionete.
Um efeito prático no grave erro político do
abraço a Maluf, portanto, é que Haddad vai aumentar e Lula vai reduzir a
presença em cena. Nos bastidores, porém, continuará ensinando ao pupilo que o
crime compensa.
Muita cara de pau tudo isso, a política cada dia fica mais suja, as idéias e as propostas foram trocadas pela vontade de se manter no poder e viver as custas do povo. Fora Lula Fora Maluf.
ResponderExcluirIsso é falta de vergonha, onde fica toda aquela ideologia do PT e dos petistas?
ResponderExcluirGostaria que algum petista comentasse esse artigo, eles ficam falando tanto em honradez e seriedade, e agora como vão ficar?